7º ano
Crenças Religiosas e Filosofias de Vida (Contemplando as Quatro Matrizes: Indígena, Organizações religiosas, mídias e tecnologias. O impacto dos recursos tecnológicos na organização de práticas religiosas. (PR.EF08ER07.s.7.08) Analisar as formas de uso das mídias e tecnologias pelas diferentes denominações religiosas. 1. Conhecer os aspectos estruturantes das diferentes tradições/movimentos religiosos e filosofias de vida, a partir de pressupostos científicos, filosóficos, estéticos e éticos.
O uso da tecnologia pela diferentes religiões.
1- Explique com suas palavras exemplos do uso de tecnologia pelas religiões:
2- Como você acha que por exemplo um benzimento pode funcionar à distância?
VÓ BENZEDEIRA
Menina com quebranto? - Reza de acalanto! Ramo de arruda na mão.
E lá vinha a vó benzedeira: feiticeira do sertão.
Curar as dores do corpo, as mágoas do coração.
A mão empunhava as folhas e a coreografia de cruz,
tinha início de repente (de certo invocando Jesus).
Que será que a vó dizia em ritmo meio atonal?
A face cheia de vincos – como um trajeto ancestral...
Guardiã de mil segredos, rugas de tempo e de sol.
Olhava pro firmamento e entoava um só refrão.
Em línguas desconhecidas chamava espíritos bons.
Morgana da terra seca. Deusa grega disfarçada, Princesa de Bagdá!
Senhora de cantorias com influências de além-mar.
Fada, bruxa, rezadeira, índia, africana, mãe-terra
Gaia de todas as eras... Alquimia feminina... Herança que me mantém.
Maria, cheia de graça! Sertão ecoando: amém!
6º ano
POVOS ORIGINÁRIOS: SABERES CONSTRUÍDOS
Você sabia que há pessoas que se dedicam à defesa dos povos originários, os indígenas?
Orlando Villas Bôas nasceu em Santa Cruz do Rio Pardo/SP em 1914 e foi um explorador, um sertanista, mas sobretudo amigos dos índios e um dos criadores do Parque Nacional do Xingu. Foi considerado um ícone do movimento ecológico e da defesa da cultura e dos direitos dos povos indígenas. Faleceu em 12 de dezembro de 2002.
MITO E MAGIA – ORLANDO VILLAS BÔAS
O índio é, essencialmente, um supersticioso. Suas tradições assentam num mundo mágico, mítico, religioso e, ainda, numa certa aversão à dualidade. Tal noção está sempre presente na concepção mítica desse povo – o bem e o mal, o sol e a lua, as duas metades em que se divide a aldeia (divisão traçada pelo caminho da água) ou filhos gêmeos, geralmente sacrificados, pois, se um representa o bem o outro, o mal, como saber distingui-los?
É fundamental a diferença entre a magia e a realidade mítica do índio. Essa realidade representa sua convicção metafísica, que constitui a base da unidade tribal. É seu mundo ancestral, um universo paralelo em que os heróis culturais – aqueles que os criaram – continuam existindo.
O mito é a síntese de um enredo fantástico que responde às indagações das origens dos seres reais e, sobretudo, dos valores, regras e conhecimentos elementares da criatura. Difere, nesse sentido, da magia, que é a maneira descoberta pelo índio de controlar, aplacar ou manipular as relações entre ele e o mundo universal dos “mamaés” (espíritos temidos pelos poderes maléficos que possuem).
É preciso notar que, embora muitas vezes seja associada ao diabólico e a seus perigos iminentes, a magia estimula o equilíbrio econômico da aldeia. Para realizar os cerimoniais de magia é necessário que se realizem grandes pescarias, que se produzam ornamentos, que reavivem os cânticos e danças, que se capine a área da aldeia, que se varra o pátio.
A magia difere do mito assim como diferem as figuras do mago ou bruxo, o pajé constitui o elo de ligação entre o sobrenatural e a aldeia. Sua intimidade com o mundo espiritual torna-o merecedor do profundo respeito de todos.
A religião é a crença em um mundo eterno onde vão residir as almas dos mortos. Há uma absoluta incomunicabilidade entre esse mundo eterno das almas e o mundo dos vivos.
Fonte: BÔAS, Orlando Villas. A arte dos pajés: impressões sobre o universo espiritual do índio xinguano. São Paulo: Globo, 2000.
1) Esses povos originários caracterizam-se por uma grande similaridade no seu modo de vida e visão de mundo, mas mantém uma grande variedade linguística. Orlando Villas Bôas (2000) grande conhecedor da região do Xingu nos afirma que o índio é “supersticioso” e “suas tradições assentam num mundo mágico, mítico, religioso”. Em uma palavra, sintetize o significado destes termos para os povos originários:
a) mágico b) místico c) religioso2- Segundo o texto: o índio é um ser ____________________________. O que é supertição?
3- Dê três exemplos de dualidade:
4- Segundo o texto, o que é religião?
5- O que são mamaés?
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